quarta-feira, 12 de março de 2014

Censura

Censura-te do egoísmo. Cala a boca que tende a transbordar ... ... quando tua alma já não consegue mais destilar... ...quando o coração não filtra teu cérebro irracional. Quando tua mão agride, quando teus pés correm, quando teu umbigo fala, quando teu olhar afugenta... Que tua catarse não manche os caminhos ao lado teu Que tua vida se multiplique, sem dividir outras. Que ame sem aprisionar o amor do outro Sorria de tuas venturas sem escarnecer dos valores que desconhece. Que seja teu... mas não só para tí.

Sobre o que se vê quando se está cheio de tudo e perto do nada...

moram em mim todos os desejos de tudo, todas as lacunas do nada, todas as vontades de um todo torpe, tudo que vinga, tudo que perece, tudo que parece, todo que estranha... O fato, o pacto e o lapso.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo se vende

Tudo se vende. Hoje... Tudo se vende. Às favas que disse que tudo se transforma. Tudo se vende.
Meus ídolos se perderam no meio de um caminho comprado a muito suor e sangue e, ao final, ao final pelo menos do que considero como final se venderam por míseras cadências acertadinhas e clichês harmônicos.
Eu me vendi aos padrões dos quais não fazia parte. Consumi tudo o que pude no tempo que tive. Eu me vendi por uns trocados quaisquer.
O discurso ressoa... um discursinho ufanista, “magaloutópico” que se perdeu na linha tênue que divide esse disco de aparência sonora tão confortante ao enfadonho colapso dos sonhos de quem se entrega e se vende. E se vende hoje... Pelo menos hoje.
E realmente, não há mais mistério. Todos querem as menininhas dos devaneios do fim de tarde na TV saindo de sério, abrindo os braços para abraçar o nada.
Foi-se o tempo em que o ídolos, os heróis morreram de overdose. Não inventaram a overdose de honestidade, de fazer “único e exclusivamente o que a gente gosta”.
Ah! Meu amigo... O tempo não pára mesmo. As coisas vão além... Até os discursos vão além.

E eu quero mais é queimar a língua... por que, pelo que eu vejo, todos os que foram ou que são bons, um dia queimam a língua.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Disparo.

Um disparo. Eu vi...
Vi que não passava apenas de um disparo
Um disparo deste coração em disparate

Um disparo. Eu sei...
O menino corre e corre e corre
E não há pontuação na corrida do menino
Nem reticências cobririam essa semântica simples

Um disparo. Eu finjo...
Finjo a dor que não sinto
E sinto não sentir a dor que finjo
E disparo contra mim mesmo
O mais algoz anestésico...
e finjo.

Finjo ser gente,
Ser cor encardida nessas paredes brancas da vida,
Ser o grito que o silêncio nunca vai entender.
Finjo ser...
Mas, antes de tudo, sou.

Um disparo, Eu.
Sou o disparo que corta os dias
Em busca da angústia do próximo passo
Eu posso, eu disparo...

Disparo e “des-páro”.
E vamos!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ao dia de hoje

Em meio aos meados de tudo que divido
Entremeio os entrelaçados braços do hoje
Me espera a esperança e o desejo
Anseio, passeio, permeio a vida dos outros.

A cada dia me encanto
Me encanto com coisas que a cada dia
Se tornam encantadoramente simples.
A vida é simples.

Abra seus olhos e olhe para o céu em um dia de chuva.
Veja a beleza que se esconde atrás do céu nublado
Chuvas assim são raras
As demais apenas deixam seu espírito mais ou menos cálido.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nota sobre a retomada das letras...

Entre o descanso e o descaso
Entre o efeito e a cura
Meio aqui e meio ali
A igualdade entre o tropeço e o avanço.

A medida.
A média vontade de medir o que é mensurável.
E se é, pra que medir?

Pra quem mede o que escrevo,
Tem alguns centímetros de meus infinitos brados.
E olha que escrevo de novo
E será erro?
Pra que medir?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cascas...

Os dias são cascas do futuro.
São tiras mal cortadas das laranjas...
... das moças que sonham em tirá-las por inteiro.
O sol nasce... Com seus raios “casca-véu”
Vão tentando impor as suas claras indagações sobre o céu
E o céu nebuloso descasca facilmente a presença do sol.