segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tudo se vende

Tudo se vende. Hoje... Tudo se vende. Às favas que disse que tudo se transforma. Tudo se vende.
Meus ídolos se perderam no meio de um caminho comprado a muito suor e sangue e, ao final, ao final pelo menos do que considero como final se venderam por míseras cadências acertadinhas e clichês harmônicos.
Eu me vendi aos padrões dos quais não fazia parte. Consumi tudo o que pude no tempo que tive. Eu me vendi por uns trocados quaisquer.
O discurso ressoa... um discursinho ufanista, “magaloutópico” que se perdeu na linha tênue que divide esse disco de aparência sonora tão confortante ao enfadonho colapso dos sonhos de quem se entrega e se vende. E se vende hoje... Pelo menos hoje.
E realmente, não há mais mistério. Todos querem as menininhas dos devaneios do fim de tarde na TV saindo de sério, abrindo os braços para abraçar o nada.
Foi-se o tempo em que o ídolos, os heróis morreram de overdose. Não inventaram a overdose de honestidade, de fazer “único e exclusivamente o que a gente gosta”.
Ah! Meu amigo... O tempo não pára mesmo. As coisas vão além... Até os discursos vão além.

E eu quero mais é queimar a língua... por que, pelo que eu vejo, todos os que foram ou que são bons, um dia queimam a língua.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Disparo.

Um disparo. Eu vi...
Vi que não passava apenas de um disparo
Um disparo deste coração em disparate

Um disparo. Eu sei...
O menino corre e corre e corre
E não há pontuação na corrida do menino
Nem reticências cobririam essa semântica simples

Um disparo. Eu finjo...
Finjo a dor que não sinto
E sinto não sentir a dor que finjo
E disparo contra mim mesmo
O mais algoz anestésico...
e finjo.

Finjo ser gente,
Ser cor encardida nessas paredes brancas da vida,
Ser o grito que o silêncio nunca vai entender.
Finjo ser...
Mas, antes de tudo, sou.

Um disparo, Eu.
Sou o disparo que corta os dias
Em busca da angústia do próximo passo
Eu posso, eu disparo...

Disparo e “des-páro”.
E vamos!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ao dia de hoje

Em meio aos meados de tudo que divido
Entremeio os entrelaçados braços do hoje
Me espera a esperança e o desejo
Anseio, passeio, permeio a vida dos outros.

A cada dia me encanto
Me encanto com coisas que a cada dia
Se tornam encantadoramente simples.
A vida é simples.

Abra seus olhos e olhe para o céu em um dia de chuva.
Veja a beleza que se esconde atrás do céu nublado
Chuvas assim são raras
As demais apenas deixam seu espírito mais ou menos cálido.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nota sobre a retomada das letras...

Entre o descanso e o descaso
Entre o efeito e a cura
Meio aqui e meio ali
A igualdade entre o tropeço e o avanço.

A medida.
A média vontade de medir o que é mensurável.
E se é, pra que medir?

Pra quem mede o que escrevo,
Tem alguns centímetros de meus infinitos brados.
E olha que escrevo de novo
E será erro?
Pra que medir?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cascas...

Os dias são cascas do futuro.
São tiras mal cortadas das laranjas...
... das moças que sonham em tirá-las por inteiro.
O sol nasce... Com seus raios “casca-véu”
Vão tentando impor as suas claras indagações sobre o céu
E o céu nebuloso descasca facilmente a presença do sol.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Thiago, versículo único... parte 2!

Diga-me com quem gritas e eu te direi como soas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Na respiração dos segundos

Hoje foi um daqueles dias
Compus três músicas inteiras
Com melodias extensamente pegajosas
Letras embromadas prum futuro próximo
Escrevi 15 páginas de um relatório qualquer
Discuti sobre o “porque não?” do Cinema Nacional com bons amigos.
Escutei bizarrices de uma professora qualquer, com todo o respeito qualquer.
Fugi de uma prova que era qualquer prova
Ficou pra amanha... E ainda preciso dos acompanhamentos.
E acompanhamento não é cola.
Sou estudante de música.
Acompanhamento é acompanhamento, cola é cola.
Isso cheira à cola? Você já foi pego cheirando à cola?

E escrevi meia dúzia de palavras aqui.
Hoje a noite vai ser longa.
Eu gosto de noites longas de pensamentos fervilhando
Boa noite...


OBS: Não disponibilizo as músicas porque após descobrir o recurso "gravador" no celular não faço mais gravações decentes. Só descentes!

OBS 2: Ainda escuto a voz da Mandy Moore running circles in my head! Eta voz legal!
baixa umas músicas pra vocês ouvirem!
LINK: http://www.mandymoore2.blogspot.com/

Sugestão? Only Hope, mar é claro!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Thiago, versículo único... Ou não.

Hoje decidi não me privar do que é e será eterno.
privar-me-ei tão somente do que é efêmero,
do que não me assombra por mais de uma noite.
Assim são: A culpa, o medo e a incapacidade.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Corre!

Corre em minhas veias todo o medo que está no porvir
Engoli no café meia dúzia de palavras breves...
Já estou farto das palavras inteiras dos cronistas de jornais.
Eles querem empurrar uma dúzia inteira nessa minha meia dúzia de idéia.

Só meu suor é um passado que considero nesse meu presente.
Os dias correm como respirações afoitas
Tome um fôlego e corra para um outro lado
Esse já é velho.

Corre, corre...
Mete o dedo no meio fio
aproveita o impulso pra frente do tropicão
e corre mais!

Corre

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dia...

Limitaram os limitados em 24 horas.
Lhes deram tudo de efêmero...
Tudo de torpe... Alguns até se esbaldam num gozo único.

Alguns caminham entre vitrines tentando encontrar o outro
Espelhando-se em etiquetas... Em etiquetas de preço, em etiquetas de um gosto.
Quanto vale a lembrança de todo um dia?
Lhes deram tudo de estranho...
Até enxergar “o outro” utilizando o próprio “outro” é estranho.
E isso é estranho pra mim...

No dia limitado, eu quis dormir ao lado dela.
E era tudo calmo
A respiração era longa, os passos que fingi não escutar eram leves
A boca que me beijou era leve
Nada era efêmero
Talvez ela não saiba... mas sempre que consigo deixo que ela durma primeiro
Só pra gravar mais um pouco no meu espírito
O presente que ganho todos os dias.
Ela.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Movimento...

As coisas vem... Vem e ficam diferentes.
Meus amigos, que há alguns dias viravam a madrugada enchendo a cara de conversa e jogando o álcool fora, estão procriando, amando uns aos outros, casando... Enfim... tudo se movimenta.
Meus ídolos vão ficando cada vez mais conhecidos entre um intervalo e outro de programas “pro-teenagers”. E a cada dia sinto menos a necessidade de um ídolo.

Fazer baliza com uma mão, respirar fundo no meio da confusão de buzinas...
Correr pra ler, escrever correndo e correr pra apresentar com calma...
Movimento...

Optar pelas caixas de papelão, brigar com a mãe que insiste que a sacola é para o lixo.
Preocupar-se com o lixo, sentir-se um lixo e preocupar com você mesmo.
Movimento...

Ouvir um CD inteiro... impressionar-se com o fato de ter escutado todo o CD.
Sentir-se menos hiperativo, sentir-se ativamente imperativo!
Movimentos...

Entre um sono e outro...
Movimentos!

Começar a entender épocas de sua vida... Amigos estudam, amigos se tornam profissionais, amigos casam.
Participar de tudo, entender tudo, sentir-se bem com tudo e todos...
Movimento...

Entre um texto e um acaso... Entre o têxtil e o descanso.
Entre o futebol do fim-de-semana e a tragédia dos últimos dias...
Movimento...

Entre as mudança em nosso bom vernáculo
"no caso da flexão dos verbos em tempos distintos, se manteve? Certo!
Então faltou o acento circunflexo ali, no começo!"

Movimento.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ela...

Ela dorme e nem vê que sorri...
E nem vê a beleza que vejo.
Como pode ser tão injusto o sono?!

Respira melodias... É provável.
E ainda posso me dar ao luxo de harmonizar cada passagem de ar...
Isso me inspira e me inspira... Nos dois sentidos mais lógicos e derradeiros.

Ela dorme...
E da pele dela saltam melodias... “Pour Elise” talvez.
E a toco...

Se eu e ela, como distorção e distração
somos suficientes pra uma noite inteira
Me diz você por que não posso dizer não a qualquer coisa que venha?
Pela janela todo sol é só um fato
Um abraço...
já não preciso mais desse refrão.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Manhãs!




Há quanto tempo não via uma manhã de forma tão poética? Nem eu mesmo sei me responder isso. E nem deveria ver essa manhã, tenho o dia abarrotado de bons compromissos. Enfim... Já que estou por aqui, devo eu cantar um pouco da beleza dessa manhã que escolhi pra achar o sono perdido durante a noite.

É impressionante como as manhãs cheiram bem. Como se tudo nascesse junto ao cheiro úmido que sobre ou desce sabe-se de lá onde.

Não digo dessas manhãs que são dos carros e pessoas, mas dessas que são do nada, ou do silêncio úmido que cheiro. Manhãs das primeiras horas do que virá...

E os sons vão brotando... Pego ao longe um som de um despertador em duas notas descendentes. Engraçado! O fabricante do tal despertador não poderia ser mais desafortunado. Como pode colocar um som qualquer descendente num despertador? É tão “contra-regra”!

Enfim... O cheiro úmido está desvanecendo... pouco a pouco vou ganhando algum sono. Mas já é hora de acordar.

E a manhã vai ficando pra trás.

É pela manhã que conhecemos alguns dos nossos medos ou acordamos pra novas vitórias.